JC Bigaran – CEPRNOROESTE
O Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III “Professor Noé Azevedo” e o Complexo Penal de Bauru (Composto pelo CPP I “Dr. Alberto Brocchieri” e pelo CPP II “Dr. Eduardo de Oliveira Vianna”) receberam apresentações do grupo artístico norte-americano “Deep Heart” (Coração Profundo, em português). Os shows aconteceram nos dias 7 e 8 de abril, respectivamente. O Projeto Coração Profundo consiste num time que realiza projetos sociais no sistema penitenciário em vários países do mundo.
A equipe, que é composta pela família norte-americana Woroniecki (pais e seis filhos), já percorreu os sistemas penitenciários de mais de 50 países apresentando truques de mágica, dança, teatro, música, acrobacias e artes marciais de forma voluntária. De maneira lúdica, eles utilizam dinâmicas de grupo, rodas de conversas, passando mensagens motivacionais, de civilidade, espiritualidade e respeito mútuo. A emoção atingiu toda a plateia presente nas três apresentações, que contou com 160 pessoas Privadas de Liberdade (PPL) no CPP III; 200 reeducandos no CPP I; e outros 110 no CPP II, totalizando 470 participantes.
A interação com o público também é parte importante das performances. Os reclusos são chamados ao centro do espetáculo para participarem como mágicos, atores e capoeiristas em atividades que mesclam o lúdico com mensagens encorajadoras. O grupo relata experiências pessoais para mostrar aos reeducandos como todas as pessoas são iguais, independente da roupa que usam ou de onde estão. Além disso, reforçam a importância de se vivenciar o presente, buscando sempre a mudança interior.
Para João André Collela, Chefe de Departamento do CPP III de Bauru, “momentos como este reforçam que a reintegração social da pessoa privada de liberdade é um caminho a ser sempre perseguido e que é possível, utilizando ferramentas simples de comunicação como as exibidas pelo Grupo Coração Profundo”.
O reeducando G.D.G. ficou impressionado com as apresentações: “assistir essa família que dedica a vida para levar alegria e amor para as pessoas presas foi um privilégio. Além das danças, lutas e mágicas, falaram do amor de Jesus, e em muitas partes fiquei com os olhos marejados pela energia positiva, por todo o carinho. Tenho certeza de que não só eu, mas todos que participaram se sentiram abraçados. Eu nunca tinha visto uma apresentação como esta, isso nos dá esperança de sermos pessoas melhores, nos mostra que erramos e que podemos achar o caminho correto para uma vida melhor. Não tem dinheiro no mundo que pague o que eles nos proporcionaram, foi incrível”, disse.
Reeducandos interagiram com o grupo
Truques de mágica fazem parte da apresentação