A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), por meio da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano, participou, nesta terça-feira (21), do Congresso dos Distritos do Conhecimento de Quarta Geração 2024 (FGKD24). O encontro é uma iniciativa do Centro de Estudos de Urbanização para o Conhecimento e a Inovação (CEUCI), vinculado à Unicamp e financiado pela FAPESP, com o apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, e teve como objetivo reunir instituições da academia, da indústria e do governo para discutir um modelo mais amplo da quarta geração de territórios de produção de conhecimento.
O subsecretário de Desenvolvimento Urbano, José Police Neto, participou de uma mesa de debates sobre desenvolvimento urbano e inovação. Participaram também das discussões Talita Botas, secretária executiva de Inovação e Tecnologia do Município de Osasco, e Carolina Baracat Lazinho, secretária municipal de Urbanismo de Campinas, que compartilharam inovações desenvolvidas pelos dois municípios do ponto de vista de acessibilidade, tecnologia e sustentabilidade.
Police Neto destacou iniciativas exitosas da gestão estadual já implementadas que se relacionam ao desenvolvimento urbano e ao melhor planejamento das cidades, como, por exemplo, a implantação de um Sistema de Monitoramento de Áreas Suscetíveis (SMAS) que permite a detecção de ocupações e desmatamentos por meio de imagens de satélite.
Viabilizado pelo Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (IGC), o Sistema possibilita, por sobreposição e comparação de imagens, um monitoramento do uso e ocupação dos territórios, ao identificar a construção de novas edificações, supressão de vegetação, abertura de vias e movimentação de terra devido ao solo exposto em 12.500 m² do Estado, cobrindo áreas do litoral e da região metropolitana da capital. A partir desse sistema, é possível realizar o acompanhamento dessas áreas de risco e atuar conjuntamente e de forma ágil com as prefeituras. A SDUH está em tratativas com municípios e órgãos estaduais para sistematizar o envio de alertas recebidos pelo SMAS.
O subsecretário também abordou a necessidade de se pensar e planejar as cidades de maneira mais sustentável e de protegê-las sob o ponto de vista das mudanças climáticas. Episódios de chuvas extremas como o de São Sebastião, em fevereiro de 2023, e o do Rio Grande do Sul, no começo do mês, demonstram que tais eventos climáticos não são casos isolados e que requerem diálogo entre poder público, sociedade e academia.
Police Neto exaltou, ainda, a realização do encontro, que permite o diálogo e o compartilhamento de conhecimento entre membros da academia, da sociedade civil e do poder público. Tais iniciativas, segundo o subsecretário, tornam possível o intercâmbio de experiências entre esferas do governo e grandes centros produtores do conhecimento, como a Unicamp, por exemplo. "O alinhamento do conhecimento científico e acadêmico às dinâmicas de nossa gestão pública contemporânea e responsável é uma determinação do governador Tarcísio. Os Distritos do Conhecimento, 4ª Geração do Territórios de Produção do Conhecimento, são indutores fundamentais ao desenvolvimento social, econômico e ambiental de nossas 9 Regiões Metropolitanas - São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Ribeirão Preto, Piracicaba, Rio Preto, Jundiaí e Aglomeração Urbana de Franca", afirmou.
Por fim, Police Neto reiterou que essa partilha entre as diferentes instituições é valorizada dentro da SDUH: "Perseguir a base do conhecimento comum, na harmonia do conhecimento leigo e popular ao técnico e científico, é tarefa essencial do desenvolvimento urbano, liderada pelo Secretário da SDUH, Marcelo Branco", concluiu.
FGKD24
O FGKD24 (Distritos de Conhecimento de Quarta Geração 2024) é a 1ª Conferência Internacional do CEUCI. O encontro discute os parques tecnológicos: áreas urbanas que reúnem empreendimentos voltados à promoção da ciência, tecnologia e inovação, por meio da aproximação de centros de produção de conhecimento (universidades e centros de pesquisa), setor produtivo (empresas e indústria) e poder público. Mais recentemente, esse termo vem sendo substituído por territórios do conhecimento, um conceito mais amplo, que envolve também dois novos atores: a sociedade e o meio ambiente.
A FGKD24 reuniu, então, em dois dias de conferência, a sociedade e os atores da hélice tríplice, tipicamente associada aos parques tecnológicos, para discutir esse novo modelo mais amplo de distritos do conhecimento de quarta geração, baseados na hélice quíntupla (governo, universidades, empresas, sociedade e meio ambiente).